segunda-feira, 1 de abril de 2013

Como funcionam as ignições electrónicas das Vespas

Desde sempre, ou com menos inverdade, desde os tempos em que as Vespas ainda se trasaccionavam em centenas de contos, nos dias em que fiquei a saber que as Rally 200, tinham um grande ponto fraco que era a inovadora ignição electrónica Femsatronic, selada, revistida a resina XPTO que impedia de vislumbrar o conteúdo da mesma.

Nesses tempos muitos optavam, face à desconfiança da magia oculta mas, publicidade da época, mais regular, fiável e precisa que a ignição electrónica proporcionava às velas, que davam melhor faísca e fazia mover melhor as partes mecânicas, dizia, optavam por alterar as ignições electrónicas para os fiáveis mas desafináveis platinados. Já conhecidos de há muito. E sempre se conseguia o jeitinho, mesmo com um platinado quase destruido de fazer a Vespa funcionar. Mal mas funcionava e sempre se conseguia deixar a Vespa noutro sítio que não a beira da estrada nacional.

O Femsatronic não; estava bom andava, estava estragado encosta (e nesses tempos pagava-se e bem a assiatência em viagem ou então conheciam alguém com uma carrinha que vos fazia o favor de ir buscar a Vespa).

Já em tempos mais recentes descobriu-se que afinal o velho e problemático Femsatronic poderia ser revesado por uma ignição de PK ou PX, mais recente, sem grandes alterações, trocando uns fios, ligando-as nas cores erradas e umas coisas... mas funcionava.

Mas... que diabo porque é que Femsatronic... bom, deixemos de bater no Femsa, as ignições electrónicas simplesmente "deixavam de funcionar"? Ainda por cima sem aviso?

Ah, porque sim, dizem uns, ah porque não ou talvez ou, ou... Não, para mim não serve. Muito menso depois de a ignição da PX ter ido ao ar assim mesmo: on -> off!

Nos tempos dos contos ainda remendei uma, Femsatronic entenda-se que afinal só tinha um fio partido. O método usado? Muito pouco ortodoxo mas descrevo; partir o canto do Femsatronic onde o fio que saía para a vela entrava, descobrir que afinal o problema era o fio partido, comprar fio novo, soldar, aproveitar os pedacinhos partidos, colá-los com supercola, depois mais supercola para preencher os espaços que faltavam, reconstruir tudo, limar os excessos com grosa, montar tudo, ligar os fios, ignição, rezar, dar ao kick e fazer fumo: reparado!

Como não existem Femsatronics a pontapés e me custa ainda assim destruir coisa que sei que em principio não funcionará mais mas... sempre é uma peça antiga e entre uma antiga que não hipoteticamente funciona e uma nova que igualmente sobre hipotese funcionará ou não, perde a nova: destruir uma ignição de PX.

Ignição PX #1Ei-la aqui toda satisfeita por se doar "à ciência"!
A intenção era ver o que estava lá dentro. "Ah mas é selado"! Pois, pois, Alguma coisa se deve conseguir ver.

E do pensar ao fazer...

Ignição PX #2

Bolas afinal é mesmo selada!

Ignição PX #3

Em nome "da ciência" declaro que as ignições electrónicas das Vespa PX são seladas e que não se consegue ver nada. Com sorte ainda conseguem serrar um componente ou outro, mas mesmo assim só perceberão que ele lá está, adivinhar o resto ou mesmo o tipo de componente, é mesmo só isso, adivinhar.

Mas ide lá serrar as ignições maradas que fazer é a meio caminho de saber!