sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

E ao terceiro dia de viagem, descansámos! - From Lisbon to Croatia - posta 5

O "condomínio" já não estava tão calmo, ao acordar.

From Lisbon to Croatia - dia 3 - Barcelona - cacifos para arrumar a bagagem
Pessoas à janela, bebés a chorarem e vozes que soavam, umas nítidas mas em dialetos que não entendíamos, outras murmúrios distantes e igualmente incompreensíveis. Nada que nos incomodasse por aí além mas algo que denunciava a sobrelotação do espaço, ou melhor, dos espaços, apesar de pequenos albergavam várias famílias numerosas.

Tivemos que sair do "condomínio" e, como este dia – já vos escrevi – iria ser gasto por Barcelona, tivemos que encontrar um sítio onde deixar alguma bagagem e os capacetes. Pensámos na estação dos comboios que poderia ter cacifos. E lá fomos. Mas não tinha. Perguntámos por lá onde poderiam existir e indicaram-nos uma estação rodoviária que os tinha efectivamente.

Depois das bagagens arrumadas, com alguma perícia e tentatívas frustradas à mistura, partimos à descoberta de Barcelona.

Até à Sagrada Família fomos a pé, era relativamente perto. Obra emblemática de Gaudí, em construção ainda hoje, feita exclusivamente com dinheiros de contribuições de privados e que não podia faltar nas fotos. Digo eu, imponentemente magistral e única!

Apanhámos o metro para ir ver o Parque Güell, outra contribuição de Gaudí para a sua cidade e encontrámos o primeiro de alguns outdoors com a "nossa" Sara Sampaio. Foi o primeiro, tivemos que registar em foto. A moça tem mesmo sucesso além fronteiras, heim!?!

From Lisbon to Croatia - dia 3 - Barcelona - a Sagrada Família (de Gaudí)
From Lisbon to Croatia - dia 3 - Barcelona - a Sagrada Família (nossa)
From Lisbon to Croatia - dia 3 - Barcelona - a caminho do Parque Güell

O Parque Güell vale mesmo a pena. Não só pelo parque em si e pelas obras que contem, como pela magnífica vista panorâmica sobre Barcelona!

From Lisbon to Croatia - dia 3 - Barcelona - panorâmica

From Lisbon to Croatia - dia 3 - Barcelona - Only Scooter From Lisbon to Croatia - dia 3 - Barcelona - cañas com vista para a Plaça de Catalunya
From Lisbon to Croatia - dia 3 - Barcelona - Las Ramblas From Lisbon to Croatia - dia 3 - Barcelona - exposição de motos de fabrico espanhol
From Lisbon to Croatia - dia 3 - Barcelona - a descansar no Parque Güell From Lisbon to Croatia - dia 3 - Barcelona - a triunfar novamente, com arco
From Lisbon to Croatia - dia 3 - Barcelona - à espera da ordem de entrada no ferry para Savona
From Lisbon to Croatia - dia 3 - Barcelona - The Harlem Shake? ou o emparelhamento dos intercoms
O regresso foi feito a pé, com destino a Las Ramblas mas sem percurso definido. Deambulamos pelas ruas. Passámos uma loja, Only Scooter que nos fez lembrar a Old Scooter um dos nossos patrocinadores e, mais que isso, amigos de longa data.

Encontrámos também uma exposição sobre motos de fabrico espanhol. Que quantidade de fabricantes e que história, no desporto, no dia-a-dia, nas aventuras relatadas e pilotos referidos! Pena termos chegado quase ao fechar da mesma, mas ainda deu para aprender qualquer coisa e ver como alguns dos modelos em exposição, eram bastante evoluídos para o seu tempo.

Acabámos o dia com umas jolas geladinhas para anular o bafo que se fazia sentir, com vista para a Plaça de Catalunya, o pôr-do-sol e o movimento constante e contínuo de pessoas, automóveis e o pulsar frenético de toda aquela cidade.

E, antes de pegarmos na bagagem e nos deslocarmos para o porto onde iríamos apanhar o ferry para Savona – porto a cerca de vinte quilómetros de Génova mas bem mais barato que este – picámos qualquer coisa num bar de tapas. A hora era de futebol, Barcelona vs Juventus, na final da Liga dos Campeões que acabou por ser ganha pela equipa da terra. Imaginam o ambiente, quer no bar quer após a vitória. Os catalães são doidos pela sua equipa principal e fizeram questão de mostrar o seu contentamento, pelas ruas.

Chegados ao porto, englobámos um grupo de motociclistas, maioritariamente italianos, sendo nós os únicos vespistas. Vimos de onde, vão para onde, quantos quilómetros... Conversas ponteadas por sorrisos e admiração. Afinal, de todos eles, eramos os que tinham mais quilómetros já feitos, por dia. E seríamos os que mais distância iriam percorrer, no final da viagem! Bravi ragazzi, exclamaram!

Lá embarcámos. E o ferry deixou o porto, lentamente. Barcelona e as luzes do seu porto foram ficando para trás. Ao longe. Cada vez mais longe...

Fomos para o convés e brindámos com vinho, um velho costume das nossas viagens. Metemos conversa com os motoristas de pesados portugueses. Ou meteram eles connosco. Muitos iam para o nosso destino mas com prazos profissionalmente muito diferentes dos nossos, feitos em passeio. Também colhemos admiração junto deles, de Vespa e para a Croácia e voltar. E isso aguenta, sem problemas? Sim, sim, esperemos que sim, dizíamos nós.

Descemos à cabine. Apertada já de si, quase claustrofóbica com malas, capacetes e quase todas as nossas bagagens, camas baixadas e quatro lá dentro. Gadgets e telemóveis a carregar, passámos à instalação e sincronização dos intercomunicadores que nos haviam sido cedidos pela Motoni, outro dos nossos patrocinadores. Pufff, era coisa fácil, pensámos. Mas foi a primeira de muitas tentativas até percebermos o funcionamento devido ao emparelhamento dos quatro dispositivos, com sucesso. Foi sempre o primeiro assunto dos próximos dias e persistente nas paragens durante os mesmos; uns emparelhavam, outros ficavam de fora, depois entravam outros e saiam os que estavam.

O sono chegou.

As próximas vinte horas seriam no ferry. À saída esperáva-nos Itália. O Emanuel já lá tinha estado em 2006, em Turim, para participar no EuroVespa mas para os restantes era a completa estreia com as nossas Vespas fora da Península Ibérica.

Que nervoso miudinho!



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