sexta-feira, 23 de novembro de 2018

pano a secar...


quarta-feira, 24 de outubro de 2018

Na busca incessante por um pneu para a Vespa


Michelin S1, à esquerda
Michelin S83, à direita

Para já o que noto á mais "conforto". O S83 é aparentemente mais mole estruturalmente e isso sente-se na condução, com menor transmissão das irregularidades do piso para a Vespa. A sensação que tinha de anteriores utilizações, de ser mais "imprevisível" e saltitante em curva, não ajudando a manter a trajectória, não notei. Não noto, ao inclinar para curvar, a sensação de perca de aderência momentânea dos S1, nos S83 parece tudo mais linear e suave.

E tudo isto, na busca incessante por um pneu decente e all weather para a Vespa, desde o final do Continental Zippy 1...

Tenho muitíssimas saudades do Zippy 1!

Tenho que recordar as palavras do Pedro42Ferreira, ambos nos iniciámos nos Zippy 1 da mesma forma, na mesma altura.

E só os deixámos quando acabaram de vez!


sexta-feira, 19 de outubro de 2018

A história de um punho de acelerador e do seu substituto

Há muito tempo que não escrevo.

Há outro tanto que não faço grande coisa nas Vespas.

Ou que não tenho empo para escrever.

Um dos dois ou os dois na mesma ou proporções diferentes.


A vista é bonita mas prefiro do lado de fora e a sentir o vento.
Há também a estabilidade de uma Vespa do dia-a-dia com alguns quilómetros e anos mas bem assistida. Faço questão. É nela que ando quase todos os dias, é ela que me leva em viagem e a encontros - que pouco mais têm sido do que o Iberovespa. Não, não sou eu o elogiado, nos últimos anos, salvo raras excepções em que meto a mão na massa, é tudo feito pela boa malta amiga da OldScooter!

Mas apesar de tudo isto há sempre dias de manhã em que um homem à tarde não pode sair à noite nem voltar de madrugada. Não foi bem um dia mas um espaço temporal impreciso em que a força extra necessária para accionar normalmente o punho do acelerador incomodava mas a necessidade aguça o engenho e também faz relativizar muita coisa. Este foi um caso; está perro mas...

Já há algum tempo que andava a sentir o punho do acelerador rijo.

Perro demais.

Pensei que as primeiras chuvas estivessem a fazer das suas e tivessem limpo o resto de lubrificação do Inverno anterior. O Verão é seco, até vai com o pouco óleo que sobra ou mesmo sem ele! Deve ser disso, uma pinguinha de óleo...

E vai daí, chega-lhe lubrificação!


Vêem as pequenas diferenças?
Melhorou mas mesmo assim... não ficou aquela coisa... Mas amanhã é dia de dia-a-dia e preciso da Vespa depois vejo isso melhor, pode ser lixo ou...

Não deu!

No dia a seguir cheguei ao fundo da rua, parei na rotunda, notei uma sensação estranha em desacelerar e quando fui enrolar novamente o punho, estava levinho, tão leve, tão leve que fiquei com a manete na mão! Ah estava perro... estava era a partir!


Da esquerda para a direita: punho velho e novo, já cortado, furado e pronto para ser montado.
Toca de empurrar rua acima, com fato de chuva e casaco, a transpirar que nem - não faço ideia de quem ou quê pode transpirar assim - e a pensar, que sempre podia ser pior, podia ter acontecido em plena Ponta 25 de Abril e em dia de greve do Metropolitano de Lisboa. Tudo sempre pode ser pior na cabeça de um Português e há sempre alguém pior do que nós no momento em que qualquer peripécia ou desgraça nos atinge. Ao menos que isso nos valha, há povos mais pessimistas! (perceberam? Podia continuar nisto o dia todo!)

Sem tempo de ir esgravatar na sucata da garagem e aproveitando o facto de já que tenho que ir de carro para Lisboa - e querer também eliminar passos na sensação de perigo, mais ou menos recente, quando atravesso a Ponte com chuva e vento, em que os S1 são os culpados por serem demasiados lisos para a chuva - fui visitar a maltinha da OldScooter. E vieram dois S83 novinhos e um punho usado que me desenrascaram dado que novo não havia. Os pneus darão outro(s) post(s), o punho, segue a história.

Fixe, pensei. É só desmontar, limpar, lubrificar, encaixar, remontar tudo. Ao final do dia, encaixado entre um biberão e outro afazer doméstico. Pois seria só. Mas já disse que há dias de manhã em que um homem à tarde não pode sair à noite nem voltar de madrugada? Já não já?!! Aí vão dois deles!

Eu sei lá de que modelo Vespa ou de que outro veículo saiu aquele punho mas era substancialmente mais comprido que o da PX. A furação por onde partem os punhos todos que conheço e que servem para passar o cabo e bicha do travão da frente, também não coincidiam e eram muito mais largos que os do meu punho partido. Tão poucos os furos onde entram a mola e o freio coincidiam, claro. Ai! Preciso da Vespa, não quero perder 1h no trânsito matinal! Se isto tem o mesmo diâmetro, o batente está no mesmo local, eu consigo transformar isto. Consigo e tenho que!

Uma serra de ferro, uma lima, um esmeril e um berbequim depois lá fiquei com um punho semelhante ao que tinha e com dimensões aproximadas. E a pensar tem que servir! Se não servir lá vou queimar 1h de vida amanhã de manhã. E a minha vida não é isso!

Mas serviu! Ufa!

E, aparentemente com o pouquíssimo uso que lhe dei, nada das diferenças indicadas antes, está a fazer qualquer estorvo.

Até agora!


Tcharaaaammmmmm! Aqui está ele no sítio e pronto a dar gás.
Cheguei ao trabalho, agora logo à tarde vamos ver se regresso tranquilamente também a casa.

Mas acho que vou adquirir um punho novo e mantê-lo de quarentena e alerta.

Que fariam?

1 - siga à doida que isso nunca mais parte;
2 - nunca fiando, venha de lá um punho novo;
3 - qual quê, mete um punho rápido nisso.

P.S. - ó Srs das peças? Porque é que não fabricam este tubo especificamente para a PX Millennium, vulgo travão de disco? Não são precisos os cortes no tubo por onde o meu partiu e partiram todos os outros que já vi com o mesmo problema. Nesta versão da PX não são precisos porque a parte hidráulica dos travões não passa por ali. Nas outras PX por ali passa a bicha do travão da frente. Era porreiro terem isto em conta. Acredito que a resistência extra fizesse reduzir a perto de zero esta falha nas Millennium.

quarta-feira, 1 de agosto de 2018

Sobre os parquímetros (não me alongando muito)

Quê mas as motos já pagam parquímetro?!! Calma, calma, isto é sobre parquímetros mas as motos ainda não pagam. Ainda.

E ainda porque no início dos parquímetros foram afectados os centros urbanos das (grandes) cidades para que o ordenamento do pouco estacionamento existente pudesse ser feito. Ou tentado. Com a sempre omnipresente assumpção do “utilizador pagador” e com a dissuasão que se esperava com este sistema. Afinal, pensava-se, muitos dos automóveis que por ali parqueavam não precisavam de ali estar, eram luxos supérfluos de quem queria utilizar o automóvel no dia-a-dia.

Veio-o a provar que não. Os automóveis, mesmo a pagar, continuaram por ali. O estacionamento, nalgumas artérias, piorou porque alguns veículos que estacionavam apenas para recados rápidos dos seus donos, passaram a ser estacionados em segunda ou terceiras filas, prejudicando ainda mais o tráfego já de si lento e engarrafado dos centros urbanos.

Crédito Pedro Catarino/Correio da Manhã

Mas creio que o factor dissuasor de “levar o carro para a porta de onde quero ir só porque não o posso levar lá para dentro mesmo” até assumo que funcionou e com o tempo os hábitos alteraram-se e já todos mais ou menos interiorizamos que não podemos levar o carro e foram-se arranjando alternativas e, nas maiores caminhadas entre estacionamento gratuito e centros urbanos, até fomos ficando a conhecer ruas e percursos que doutro modo nunca conheceríamos.

Á distância de uns anos, confesso, fui inicialmente céptico mas, nos centros urbanos e a esta data, reconheço os benefícios destas medidas.

A questão passa a menos entusiasmante quando, assumindo o que disse em cima, se percebe facilmente que muitas vezes se tem que recorrer aos transportes públicos ou outros. E por tal, é necessário a nossa deslocação de automóvel até à periferia dos centros para que possamos depois apanhar os transportes. E é aqui que começamos a perceber a falácia do ordenamento do estacionamento e do favorecimento da utilização dos transportes públicos em detrimento do veículo privado.

Não é aceitável que nas periferias surjam também parquímetros. Não é compreensível que para se apanhar um transporte para os centros – que funcionam mal e são caros, mas isso daria matéria para outro texto – seja tenha que pagar ainda o parque. E depois o transporte, ida e volta. Não é compreensível.

Sabemos que muita da expansão urbana do nosso país se compõe de grandes centros urbanos nas periferias das cidades. Não, nem falo dos centros. Por exemplo, Lisboa, muitas das pessoas que diariamente se deslocam para os seus trabalhos, vivem nos Concelhos da margem sul – Almada, Seixal, Barreiro, etc, ou nos de Oeiras, Cascais, Sintra, etc, etc, etc. E sabemos também que muitos dos transportes que operam na cidade não chegam a essas periferias.

A solução dessas pessoas passa por apanhar vários transportes para aí chegar – e aumentar de alguns minutos para horas e percurso que têm que fazer todos os dias! – ou deslocar-se no seu veículo para que possam suprir alguns dos transportes que têm que apanhar e desse modo “acelerar” o seu percurso. Ora se os parquímetros são alargados cega e ineficazmente até onde essas pessoas deixavam os carros...

As pessoas perdem qualidade de vida, aumentam o tempo de viagem e o stress de saltar de transporte público em transporte público, correr para apanhar um porque o outro só vem dali a não sei quantos minutos e tenho que ir buscar as crianças à escola e ainda passar no supermercado...

E os parquímetros que aí são colocados fomentam as ruas vazias de carros onde outrora estariam os automóveis de quem ia apanhar os transportes. Provam por si só o desajuste da sua colocação e o desastre na amortização do investimento feito na sua colocação. Mais, provam a avidez de quem os coloca e o desfasamento que têm da realidade que julgam dourada porque todos, acham, podem como eles ter carros de serviço e lugares de garagem concedidos pelas empresas onde ocupam cargos de direcção.

Fonte Emel

É pena. Eu, não sendo um utilizador diário de um automóvel, acho triste e sinto-me incomodado com esta cegueira, com esta indiferença, com este desprezo pelo tempo pessoal que cada um poderia reservar para si e para as suas famílias. Não é só o dinheiro não, é a qualidade de vida que está em causa.

Com tudo isto, quem sai a ganhar são as motos. Maioritariamente as scooter pelo seu caracter mais citadino. Nas zonas onde vão sendo criados as zonas fantasma de estacionamento pago, nota-se um aumento de pessoas que adoptam estes veículos diariamente. Originando outro constrangimento: apesar de terem aumentado os parques para motos, os mesmos, em certas zonas, já não conseguem dar resposta a este aumento de veículos de duas rodas. “Procurem outro que esteja próximo”, dizem-nos mas o que acontece muito mais vezes é um estacionamento em cima dos passeios, depois de dois ou três parques próximos igualmente cheios.

Já em tempos escrevi sobre mais ou menos esta temática.

As cidades precisam de pessoas. Com a evolução – podemos sempre questionar o seu rumo – as pessoas andam mais de automóvel. Têm mais automóveis, usam-nos mais e há um rácio maior de veículos por família. Tantas vezes porque o investimento em transportes públicos ou outras alternativas não tem tanto empenho como o crescimento e investimento nas zonas de estacionamento pagas.

Nestes anos e com o surgimentos das zonas pagas e parquímetros, deveriam em paralelo ou previamente, ter sido feitos parques GRATUITOS nas periferias e nas interligações com os transportes públicos e antes do alargamento dos parquímetros, para que, com a justiça da existência de uma verdadeira possibilidade de escolha, os que quisessem continuassem a levar os seus automóveis para os centros e os que não quisessem ou não pudessem, os pudessem aí deixar.

Uma cidade só o é se as pessoas a fizerem. Dificultar e bloquear o acesso das pessoas indirectamente aos seus centros... valham os turistas para os encherem e continuarmos com a sensação de cidades vivas e vibrantes. E valham os trabalhadores que têm que obrigatória e diariamente se deslocar para os mesmos. Pagando ou não, perdendo ou não qualidade de vida.

quarta-feira, 30 de maio de 2018

Diz que lá pelas Filipinas andaram a destruir Vespas