terça-feira, 30 de agosto de 2016
terça-feira, 16 de agosto de 2016
Por estradas nunca antes percorridas: a Toscana - From Lisbon to Croatia - posta 9
E nesta etapa, a penúltima antes de embarcarmos novamente no ferry, desta vez de Itália para Croácia e última dormida em Itália, partimos de Livorno rumo a... algures no centro de Itália. No dia seguinte apenas teríamos de chegar a Ancona ao final do dia, portanto poderíamos dividir em Itália em dois e desfrutar das belíssimas estradas secundárias da Toscana.
Depois de uma limpeza à "nossa casa", fomos tomar o pequeno-almoço com os nossos anfitriões. O calor tinha voltado, em força e as esplanadas estavam cheias. A vontade de vestir casacos e luvas e partir sobre o sol forte era pouca.
Na noite anterior tínhamos tido pouca vontade de ver mapas. Diga-se que mesmo que a tivéssemos, a capacidade de memorizar locais, cruzamentos e itinerários era pouca. Até porque, como já disse em cima, tínhamos que atravessar Itália até Ancona o que perfazia apenas uns quatrocentos quilómetros. Em linha recta era menos mas não há estradas (principais) que atravessem próxima dessa recta o que nos obrigava a ir a Florença e Bolonha, sendo o caminho mais próximo. Tínhamos visto isso mas não o iriamos fazer. Há um sem número de estradas brancas interessantes e o Meo Drive iria auxiliar-nos nisso. Há que ir e sem destino ainda melhor!
Sem vontade, com calor e com as devidas despedidas e agradecimentos, partimos.
Também não consigo precisar quando é que percebemos que o Meo Drive era bom – para nós – quando colocámos os destinos em modo pedestre. Pois, isso mesmo, os melhores caminhos fizemo-los graças a isso, graças a colocarmos na aplicação "A pé" e não "De carro".
Como vos explicar que foi memorável?
Pelo reduzido número de fotos deste dia, sinal de que pouco parámos para as fazer? Pelo grande número de pequenos vídeos que fizemos – e que deu um trabalhão ao Rui escolher os melhores para fazer o vídeo deste dia? Pela sensação de estarmos dentro de um filme italiano dos anos 50 / 60? Que por estradas secundarias, por fora de estrada, por caminhos atravessámos metade de Itália? Pelas vinhas, pelas quintas, pelos castelos, pelas aldeias de pedra e tijolo, enfeitadas com sardinheiras rubras? Pelos Apes com que nos cruzámos, no seu local de eleição e na sua função utilitária?
Almoçámos num café / minimercado de beira de estrada numa pequena localidade. Não era um restaurante, tinha apenas comida pronta, maioritariamente massas, saladas e conservas mergulhadas em azeite. Experimentamos de tudo um pouco; com a simpatia do costume, por virmos de Vespa de Portugal e irmos para a Croácia, etc e tal fizeram-nos um preço e atenção especial. E aquele azeite... E aquelas cervejas...
Lá nos custou a arrancar novamente. Continuava o calor e a barriga cheia é inimiga da vontade de partir. A cerveja não que evaporava fácil e rapidamente. E continuámos. Na primeira metade do dia tínhamos feito estradas secundárias mas de alcatrão, nesta tarde embrenhámo-nos ainda mais no conceito de "caminho secundário", por estradões, caminhos agrícolas e tudo o que o modo pedestre do Meo Drive nos indicou.
As nuvens começaram a ser presença. Primeiro brancas e esparsas, mais negras e constantes, depois. Chegámos a Montefioralle e resolvemos parar, refrescar. Percorremos as ruas, tiramos boas fotos e sentamo-nos nos bancos da praça. Porque ao longe se via a tempestade. E a chuva. E uns adormeceram e os outros foram-se por a admirar o cenário na esperança que a coisa se tornasse fraca e afastasse. Só que a tempestade não se estava a afastar, estava a vir de encontro a nós e estava feia! Partimos de fatos de chuva e à espera dela.
Chegados próximos de Arezzo, começou a chuviscar. Mais forte. Ainda mais forte. Fortíssimo. Dilúvio! Salvou-nos uma bomba de gasolina onde nos abrigámos e onde já inúmeros locais estavam a fazer o mesmo que nós. Outros chegaram depois, completamente encharcados. Estivemos ali umas boas duas horas. E nisto sempre, sempre, sempre uma bátega de água impressionante. Num instante as estradas se tornaram rios e o tráfego de hora de ponta ficou ainda mais caótico.
A chuva fraquejou, as ruas tornaram-se nisso novamente e resolvemos partir. Já tínhamos reservado alojamento em Città di Castello ainda faltava uma boa metade do caminho, já estávamos no final do dia, não podíamos esperar mais pelo passar da chuva. Não sabíamos bem onde era o alojamento que era fora da localidade principal, de noite tornar-se-ia ainda pior encontra-lo.
Ainda apanhámos umas réplicas da bátega a que nos tínhamos escapado, menos duradouras mas igualmente intensas. Resistimos como conseguimos mas chegámos ao destino molhados, impossível não meter água.
Fomos ao centro de Città di Castello para tentar apanhar o caminho. Nada, não era por ali. Entrou novamente o Meo Drive em acção e depois de umas idas e voltas lá encontrámos o caminho, por uma serra acima e ainda a uns dez / vinte quilómetros de onde estávamos. Por uma estrada asfaltada, com curvas apertadas, saímos da estrada entrámos num estadão e desembocámos, entre campos e muros de pedra no destino: uma quinta no meio do nada em que as pequenas casas de arrumos tinham sido convertidas em alojamento. A receber-nos um cão enorme – mas que se revelou amistoso e a querer festas – e a senhora com que o Rui tinha trocado emails. Pareceu-nos um local bonito mas com o tempo escuro e a pouca luz natural do final do dia e a vontade de mudar de roupa e vestir uma seca, apressou-nos para os aposentos. Estendemos tudo, colocámos os gadgets electrónicos a carregar e fomos jantar.
Tivemos que nos apressar para ir jantar "lá abaixo". Já era tarde e a nossa anfitriã deu-nos umas dicas onde irmos àquela hora, sem grandes alternativas por ser tarde.
Jantámos dentro das muralhas da vila, numa trattoria toda catita - para o caso de lá passarem, Trattoria Lea - e comemos carnes; estávamos esganados e com vontade de um bifinho. Bebemos um chianti e, para sobremesa, uma panna cotta maravilhosa daquelas que só se comem em Itália. Jantámos bem! E brindámos a mais um dia de viagem, da viagem.
Depois demos uma volta, vagueamos novamente pelas ruas sem grande destino. Acabámos por ir ter a uma gelataria e, em Itália sê Italiano, vai mais um gelado para desenjoar. Devia ser um dos últimos pontos abertos na redondeza pois estava cheio de "malta do bairro" a confraternizar.
E voltámos às Vespas e daí à quinta pelo mesmo caminho que tínhamos feito. A chuva entretanto tinha parado, estava húmido e fresco mas no meio da serra, estava frio, bastante frio. Uns foram logo deitar-se, outros ainda foram para perto da casa principal onde havia wifi para actualizar a página com algo do dia. Não por muito tempo. Estávamos cansados do fora de estrada, mortos por estender o corpo no colchão.
Foi este sensívelmente o nosso percurso no sétimo dia de viagem. É difícil encontrar as estradas e estradões por onde andámos...
Depois de uma limpeza à "nossa casa", fomos tomar o pequeno-almoço com os nossos anfitriões. O calor tinha voltado, em força e as esplanadas estavam cheias. A vontade de vestir casacos e luvas e partir sobre o sol forte era pouca.
Na noite anterior tínhamos tido pouca vontade de ver mapas. Diga-se que mesmo que a tivéssemos, a capacidade de memorizar locais, cruzamentos e itinerários era pouca. Até porque, como já disse em cima, tínhamos que atravessar Itália até Ancona o que perfazia apenas uns quatrocentos quilómetros. Em linha recta era menos mas não há estradas (principais) que atravessem próxima dessa recta o que nos obrigava a ir a Florença e Bolonha, sendo o caminho mais próximo. Tínhamos visto isso mas não o iriamos fazer. Há um sem número de estradas brancas interessantes e o Meo Drive iria auxiliar-nos nisso. Há que ir e sem destino ainda melhor!
Sem vontade, com calor e com as devidas despedidas e agradecimentos, partimos.
Estradão, fora de estrada, estradão fora de estrada. E aldeias, vinhas, quintas. E Ape, Fiat e Alfa Romeo.
Não sei precisar onde saímos para as estradas secundárias com precisão. Sei que fomos até Pontedera pela estrada que já tínhamos feito no dia anterior e que depois disso saímos para a verdadeira Toscana!
Também não consigo precisar quando é que percebemos que o Meo Drive era bom – para nós – quando colocámos os destinos em modo pedestre. Pois, isso mesmo, os melhores caminhos fizemo-los graças a isso, graças a colocarmos na aplicação "A pé" e não "De carro".
Como vos explicar que foi memorável?
Pelo reduzido número de fotos deste dia, sinal de que pouco parámos para as fazer? Pelo grande número de pequenos vídeos que fizemos – e que deu um trabalhão ao Rui escolher os melhores para fazer o vídeo deste dia? Pela sensação de estarmos dentro de um filme italiano dos anos 50 / 60? Que por estradas secundarias, por fora de estrada, por caminhos atravessámos metade de Itália? Pelas vinhas, pelas quintas, pelos castelos, pelas aldeias de pedra e tijolo, enfeitadas com sardinheiras rubras? Pelos Apes com que nos cruzámos, no seu local de eleição e na sua função utilitária?
Almoçámos num café / minimercado de beira de estrada numa pequena localidade. Não era um restaurante, tinha apenas comida pronta, maioritariamente massas, saladas e conservas mergulhadas em azeite. Experimentamos de tudo um pouco; com a simpatia do costume, por virmos de Vespa de Portugal e irmos para a Croácia, etc e tal fizeram-nos um preço e atenção especial. E aquele azeite... E aquelas cervejas...
Lá nos custou a arrancar novamente. Continuava o calor e a barriga cheia é inimiga da vontade de partir. A cerveja não que evaporava fácil e rapidamente. E continuámos. Na primeira metade do dia tínhamos feito estradas secundárias mas de alcatrão, nesta tarde embrenhámo-nos ainda mais no conceito de "caminho secundário", por estradões, caminhos agrícolas e tudo o que o modo pedestre do Meo Drive nos indicou.
As nuvens começaram a ser presença. Primeiro brancas e esparsas, mais negras e constantes, depois. Chegámos a Montefioralle e resolvemos parar, refrescar. Percorremos as ruas, tiramos boas fotos e sentamo-nos nos bancos da praça. Porque ao longe se via a tempestade. E a chuva. E uns adormeceram e os outros foram-se por a admirar o cenário na esperança que a coisa se tornasse fraca e afastasse. Só que a tempestade não se estava a afastar, estava a vir de encontro a nós e estava feia! Partimos de fatos de chuva e à espera dela.
Chegados próximos de Arezzo, começou a chuviscar. Mais forte. Ainda mais forte. Fortíssimo. Dilúvio! Salvou-nos uma bomba de gasolina onde nos abrigámos e onde já inúmeros locais estavam a fazer o mesmo que nós. Outros chegaram depois, completamente encharcados. Estivemos ali umas boas duas horas. E nisto sempre, sempre, sempre uma bátega de água impressionante. Num instante as estradas se tornaram rios e o tráfego de hora de ponta ficou ainda mais caótico.
A chuva fraquejou, as ruas tornaram-se nisso novamente e resolvemos partir. Já tínhamos reservado alojamento em Città di Castello ainda faltava uma boa metade do caminho, já estávamos no final do dia, não podíamos esperar mais pelo passar da chuva. Não sabíamos bem onde era o alojamento que era fora da localidade principal, de noite tornar-se-ia ainda pior encontra-lo.
Ainda apanhámos umas réplicas da bátega a que nos tínhamos escapado, menos duradouras mas igualmente intensas. Resistimos como conseguimos mas chegámos ao destino molhados, impossível não meter água.
Fomos ao centro de Città di Castello para tentar apanhar o caminho. Nada, não era por ali. Entrou novamente o Meo Drive em acção e depois de umas idas e voltas lá encontrámos o caminho, por uma serra acima e ainda a uns dez / vinte quilómetros de onde estávamos. Por uma estrada asfaltada, com curvas apertadas, saímos da estrada entrámos num estadão e desembocámos, entre campos e muros de pedra no destino: uma quinta no meio do nada em que as pequenas casas de arrumos tinham sido convertidas em alojamento. A receber-nos um cão enorme – mas que se revelou amistoso e a querer festas – e a senhora com que o Rui tinha trocado emails. Pareceu-nos um local bonito mas com o tempo escuro e a pouca luz natural do final do dia e a vontade de mudar de roupa e vestir uma seca, apressou-nos para os aposentos. Estendemos tudo, colocámos os gadgets electrónicos a carregar e fomos jantar.
Tivemos que nos apressar para ir jantar "lá abaixo". Já era tarde e a nossa anfitriã deu-nos umas dicas onde irmos àquela hora, sem grandes alternativas por ser tarde.
Jantámos dentro das muralhas da vila, numa trattoria toda catita - para o caso de lá passarem, Trattoria Lea - e comemos carnes; estávamos esganados e com vontade de um bifinho. Bebemos um chianti e, para sobremesa, uma panna cotta maravilhosa daquelas que só se comem em Itália. Jantámos bem! E brindámos a mais um dia de viagem, da viagem.
Depois demos uma volta, vagueamos novamente pelas ruas sem grande destino. Acabámos por ir ter a uma gelataria e, em Itália sê Italiano, vai mais um gelado para desenjoar. Devia ser um dos últimos pontos abertos na redondeza pois estava cheio de "malta do bairro" a confraternizar.
E voltámos às Vespas e daí à quinta pelo mesmo caminho que tínhamos feito. A chuva entretanto tinha parado, estava húmido e fresco mas no meio da serra, estava frio, bastante frio. Uns foram logo deitar-se, outros ainda foram para perto da casa principal onde havia wifi para actualizar a página com algo do dia. Não por muito tempo. Estávamos cansados do fora de estrada, mortos por estender o corpo no colchão.
O mapa do dia
Foi este sensívelmente o nosso percurso no sétimo dia de viagem. É difícil encontrar as estradas e estradões por onde andámos...
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