quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Chuva, não rima com espírito natalício

Há qualquer coisa de lobisomem no ser humano, quando chove. Sim, não é na lua cheia, mas quando chove e têm um veículo nas mãos. Ok, não se transformam em lobos a uivar à lua, mas noutra coisa qualquer por descobrir e com reacções mais perigosas que um uivozito de um animal, meio homem, meio bicho com laivos de coisa.

Não consigo relatar as figurinhas que vi serem feitas, na estrada, por ter caído uma carga de água descomunal (que, a propósito, apanhei e, estou para perceber como, não estou ensopadinho) e ter inundado certos troços de estada e estar a trovejar e estar trânsito e...

Pessoas aos berros, pessoas à pancada, murros, berros, gentinha a dificultar a minha passagem (em vou de Vespa, acabarei por passar, ali, acolá, mais metro, menos centímetro, capiche?), a dificultarem-se propositadamente uns aos outros, a apitar, a gesticular, a praguejar contra alguma coisa intangível que nem os próprios explicariam a quem se atrevesse tentar estabelecer um contacto civilizado.

No meio de tudo isto, os vulgares mirones ou orçamentistas, a travar no meio da estrada para observar a desgraça dos acidentes alheios e que provocam ainda a fúria de gente apressada, buzinadelas, máximos acessos. Ambulâncias, carros da polícia que teimam abrir caminho por onde não existe. Trovões. Chuva. Vento ciclónico em cima da ponte, rajadas que me fazem balançar entre as faixas de rede. Nova fúria de alguém que segue atrás, máximos, apitos. Encosto-me à direita. Passagem em aceleração errada, muito acima do aconselhável para as condições do tráfego, da estrada, do espírito geral.

Trânsito parado. Espero. Consigo ver que impossível passar no meio dos carros e dado o sentimento geral, temo forçar a passagem. Espero. Sinto a chuva a bater no capacete, o vento a enrolar a água pela viseira acima. Uma gota teimosa escorre-me pelo pescoço, solitária. Encharca-se o perú da ceia do natal que levo aos pés. Espero. Lá começa tudo a deslizar novamente, soluçando, deslizando. Avanço. Engreno a primeira, salta para segunda, terceira... quarta é arriscado. Rajada de vento.

Mais à frente, já depois da ponte, acabo por passar pelo (um dos muitos) condutor apressado. Aceno; (quanto mais não fosse) é Natal rapaziada e só está a chover, mais nada!

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

E esta, heim?

Uma breve, apenas para vos dar conta que a SIP scootershop anda de olho em Portugal... ou melhor, nas fotos dos portugueses... ou melhor ainda, atento ao que os seus parceiros portugueses andam a fazer... ou nada disto!

Na última newsletter da SIP saiu uma foto de um dos passeios do Vespa Clube de Lisboa, à Serra da Estrela, tendo com protagonista o Manel das Vespas, o homem por trás da Oldscooter (e parceiro da SIP em Portugal).



Boa!

UPDATE
Ao que parece a foto foi tirada pelo autor da Horta das Vespas e ninguém lhe pediu autorização para a usar. SIP scootershop, shame on you!

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Prendinhas

Apesar de não achar muita piada aos contornos consumistas desta época do natal, não resisto a deixar umas sugestões.

Se estão a pensar remodelar o vosso escritório, têm uma mão cheia de euros e mais do que idolatram a vossa scooter italiana (existem também outros veículos), eis a solução.



Para mais detalhes: http://www.belybel.com/

Se por outro lado, já estoiraram o orçamento todo em kits e outros melhoramentos ou mariquices para a vossa scooter e ainda vos faltam uns brinquedos para a vossa prol...



Vejam em http://referindo.blogspot.com/2009/12/vespa-de-balanco-cavalinho-de-balanco.html mas não liguem ao que lá diz de reaproveitar uma Vespa e tal porque facilmente se repara que não é o caso. Resta-vos a imaginação para conseguirem alguma coisa semelhante.

Que tenham um santo natal!

UPDATE
Entretanto, chegou-me via email mais uma hipótese original de presente, relacionada com Vespas. Não sei bem para que serve, mas vejam vocês: http://www.etsy.com/view_listing.php?listing_id=25083997&ref=fp_feat_4

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Lojas e oficinas

OldScooter - nos dias calmos...
Para os mais atentos, já não é novidade a inauguração em Agosto passado da OldScooter. O "Manel das Vespas" evoluiu, saiu de Caneças e veio para a Rua Vale Formoso de Cima, em Lisboa.

Epá, Caneças é longe... Queria uma oficina na zona de Lisboa – leia-se, mesmo à minha porta... Acabaram-se as desculpas!

Originalvespa - LMLs
Originalvespa - querem uma LML? A côr não é problema!
Juntem ao novo, amplo e moderno espaço, a mesma paciência e dedicação de sempre e têm uma excelente oficina para a vossa scooter, diria, a oficina. Agora também com acessórios, peças e outros artigos à vossa disposição.

E como já é sabido, porque alguns que ainda lêem estas linhas, com a realização da Prova do Litro em Tróia, alguns SC, nomeadamente eu, deixaram de ter desculpa para ainda não terem ido oservar a nova Originalvespa de Setúbal.

Congratulem-se aqueles que habitam por terras mais a sul porque têm uma loja toda gira à vossa disposição, com a variedade e qualidade que a original Originalvespa em Caneças sempre nos habituou, mais a simpatia e know-how do nosso amigo João Serra.

Com sorte, vieram aqui parar através de uma pesquisa no Google e encontraram algo que até está relacionado com a vossa pesquisa. Se assim foi, deixaram de ter desculpa: não continuem a dizer que não sabiam onde levar a vossa scooter para fazer a revisão ou onde comprar aquela peça que tanto precisavam...

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Litro 2009 parte dois... a parte húmida...

Pois claro que tinha de haver uns xonés que decidiram não bazar por causa da chuva. Os suspeitos do costume (SC) que estavam presentes...

Havia um festival da sardinha escorchada e havia a loja do Serra para visitar.
Acabou o almoço e um dos SC lembrou-se de ir ver a praia que não conhecia.
Ainda com bastante pessoal fomos ver a praia.
Depois o mesmo SC lembrou-se de ir do Carvalhal para a Comporta pelo mesmo caminho de onde tínhamos vindo. "Dá para levar o atrelado das castanhas na boa!!! E é giro que vemos cegonhas e tudo!!"

Duas questões importantes estavam no ar:

O SC que sugeriu não sabia bem o caminho.
Estava a escurecer depressa portanto se calhar não se via cegonhas nenhumas.
Não era na boa levar o atrelado das castanhas...

Três questões....não duas....estavam lançados os dados para uma mini aventura.

E fomos. E não dava para o atrelado que teve de sair assim que pôde daquele caminho que ia virando entretanto.
E o SC que sugeriu estas coisas ia malhando e já estava escuro e não se viu cegonhas nenhumas, a somar à chuva de mosquitos que entretanto começou a cair (não prevista inicialmente… faz-me lembrar um almoço no Algarve em 2006…acho que está no VespaGang) e à lama que encontrámos por não ir no caminho correcto... fixe....

Lá regressámos ao alcatrão. Barco com eles. Tivemos de esperar uns minutos para abrirem o guichet. Depois de comprar os bilhetes entre o arranca e não arranca vimos como as pessoas ficam stressadas para comprar bilhete e passar a perigosamente a abrir no meio das motas para chegarem o mais rapidamente possível ao... ao... não ao mas à
bicha de carros que estava parada à espera do barco.
Ainda bem que eles foram a abrir e me puseram em perigo para poderem estar 10 minutos parados. Se tivessem ido mais devagar só tinham ficado 9 minutos parados...como eu os percebo... têm o perfil adequado para comprar uma Vespa, tipo uma Vespa ZX ou CBR ou outra Rexp(R) qq.

Chegados a "Tetúbal" fomos ver a sucursal da OV, mais conhecida por "A loja do Serra", e não, não fomos ver a sucursal de brasileiras frequentada por alguns...

Parabéns!!!! Está mesmo catita a sacana da loja!!!

Saímos da loja e já chovia... esquece as sardinhas.
Um dos SC tinha de ir comprar uns ténis para ganhar uma viagem a Roma, lá fomos... continuava a chover... cada vez mais.
E pronto, lá fomos para Lisboa pela autoestrada em obras, com os ténis que irão levar um SC a Roma e a chover cada vez mais.
Autoestrada em obras é chato, porque não há bermas, e estava a chover bastante e íamos a 90, 100 porque estava a chover bastante, a chover tanto que víamos pingas horizontais na nossa direcção e na direcção do farolim.
De repente a mota começa a "falhar". Eu pensei "Bonito, na AE a chover bastante (não sei se já tinha falado nisto), sem bermas, onde não se vê nada, ficar apeado é capaz que não seja assim a melhor maneira de acabar o dia".
"Atelarei" a fundo e passou. Ufa!!!
Um pouco mais à frente outra vez... "Ai tu queres ver...", "atelar"...Ufa!!!
Mas o susto estava para vir. A dada altura começo a ver a estrada muito espelhadinha e muito lisinha. Passado um fósforo uma barulheira de água a bater no chassis (obrigado mesmo assim, que penso que a mota apanhou mais aguinha e foi mais lavadinha por este método indirecto do que qq água com que ela tenha sido banhada nos últimos três anos com esta intenção), e começo a sentir a mota a deslizar e a entortar.... e eu pensei "Oh Diabo! Tu queres ver que é aqui na AE sem bermas onde não se vê uma daquelas unidades de medida que não se podem dizer à frente do nariz que vou fazer uma bela sessão de slide ainda por cima com carga preciosa!!!!"
Bom, felizmente nada disso se passou, mas não obstante o meu batimento cardíaco subiu umas poucas bpm! E sim Bob as unidades não têm plural!

Lá continuámos com chuva, e lá chegámos a casa sem chuva que entretanto passou. Antes fomos ao VCL, entregar quem de direito e depois para casa!

Da minha parte venham mais litros!!!
É verdade, o SC das ideias patetas sou eu e ganhei o meu litro!!! Quer dizer se estivesse num campeonato de emborcar minis ou sumois de laranja era o maior, uma vez que fui o que despachei os 33 mais depressa (4,5 km acho) mas claro, desajustado como sou sempre, fui o pior!!! Faltou o Tostas e a sua Gulosa para o tira teimas!!!!

Agradecimentos aos restantes SC por terem dado boleia às meninas (Sofia, Suzy e Mara), e um valente agradecimento às meninas pela companhia e por se terem aguentado que nem gente grande em situações tão adversas sempre com um sorriso (coisa que muitos homens de barba rija não o fariam)!

Bjs e abraços

Pedro 42

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Um litro ou zero vírgula trinta e três?

Prova do Litro - Cartaz

Foi no dia 14 de Novembro de 2009, quase à uma semana, que não quis falhar a prova do litro, mais uma organizada pelo nosso Vespa Clube de Lisboa. Mais um ano também, como quase já manda a tradição, na zona de Tróia e compreende-se: a estrada com pouco movimento e mais ou menos recta tem poucas alternativas, na área da grande Lisboa.

A maioria da malta juntou-se no ferry. Este ano conseguiu-se que mais ou menos todos os participantes fizessem a travessia juntos. A previsão de chuva para esse Sábado, fez que com muitos desistissem da ideia de alinhar e contaram-se "apenas" uns cinquenta destemidos e pouco hidrofobos vespistas.

Este ano fomos levados mesmo para Tróia, onde antigamente desembarcavam os ferry que nessa altura custavam metade do preço, pela mesma travessia para a margem contrária a Setúbal, do mesmo Rio Sado. Depois de algumas voltas lá foi encontrado um local que pareceu indicado para pararmos e assim se fez: Vespas estacionadas, condutores e passageiros apeados, começou-se a preparar o assador das castanhas e a água-pé e o costumeiro e salutar convívio que já se tinha iniciado no ferry, perpetuou-se. E a nova Tróia estava bonita!

Prova do Litro - Tróia

Enquanto uns já tiravam a gasolina dos depósitos, outros conversavam, outros apanhavam os raios do pouco sol que ainda trespassava as nuvens e outros ainda, nada disto, um carro patrulha aproxima-se do local, abeira-se do grupo e... tínhamos que sair dali!

Civilizadamente o Sr. Agente lá nos explicou que Tróia, esta nova Tróia, é privada na sua totalidade e, aquela rua que julgámos do domínio público, tinha dono e esse dono não nos queria ali. Depois do pedido de desculpas pelo nosso desconhecimento aceite, o Sr. Agente, sempre amável, indicou-nos algumas alternativas de paragem e rogou que saíssemos assim que possível.

Confesso que notei uma ponta de vergonha, talvez apenas embaraço, por toda esta situação. Da nossa parte pelo desconhecimento da nova realidade e das novas regras. Da parte do Sr. Agente pelo bizarro de tal pedido, pela imposições de regras com as quais ele também não concorda. Pessoalmente não compreendo como é que interesses privados se podem sobrepor... a tudo. Tróia privada, apesar de bonita e muito segura – elementos de empresas de segurança presentes a cada esquina – nunca mais, decidi ali!

Belmiro / Sonae - zero, Agente / Autoridade - um.

Todos tentamos aceder ao pedido de celeridade no abandono do local e já com os 0,33 litro nos depósitos, lá fomos ver quem percorria mais quilómetros. Relembro que 0,33 é o tamanho de uma cerveja média e que poucos acreditam as distâncias que se conseguem percorrer com tão pouca quantidade de combustível.

As técnicas variam, desde os que vão em mudanças baixas e rotação constante, aos que engrenam uma mudança superior mas tentam manter a Vespa em velocidade baixa, ajudados pelo "empranchamento" para não oferecer tanta resistência, etc. Há os que pegam na Vespa e vão, há os que limpam e afinam carburadores. Não sei se existirá uma técnica mais adequada ou muitas possíveis, a diversão, essa, é garantida.

Os primeiros começaram a parar aos 6 km. A partir daí, foi um festival de dar ao kick, montar, mais uns metros, desmontar, dar ao kick outra vez, montar de novo, pega só mais uns metros, abrir depósito, espreitar, ainda tem qualquer coisinha no fundo, abanar a Vespa, kick ainda pega, montar, kick, já não pega, agora é que já fico mesmo aqui, quantos quilómetros afinal, etc. Os últimos percorreram quase 27 quilómetros!

A minha PX200, fez 9,9 km contagem oficial, mas percorreu 10,1 na contagem dela própria. Com condutor e pendura, 4 engrenada e a rolar à volta dos 30 km/h, tentando nunca deixar bater o motor, dá uma média de consumo de 3,3 l aos 100 km percorridos, o que me deixou satisfeito.

Prova do Litro - 10,1 km...

Ainda tivemos tempo para fazer uns estradões, a caminho do almoço, pelo meio dos arrozais e enfrentar à cabeçada e não só, alguns mosquitos mutantes de tamanho mais do que considerável. Depois foi o costume. Almoço, ó princesa, mais comida, óchefazavore, mais sobremesas, ó Serra olha as castanhas, conversa, conversas, mais um café, cheio, e um cheirinho, despedidas, que não quero apanhar chuva, eu ainda vou para Leiria, tu para ali, eu fico quase aqui e assim se passou mais um belo dia de convívio, máquinas – homens, homens – máquinas e homens – homens*.

Alguns ainda tiveram tempo para apanhar uma monumental chuvada no caminho de regresso, mas isso, dá outro post...

Fotos no site do Vespa Clube de Lisboa: normal | slideshow, no meu flickr: normal | slideshow, outros flickrs, scooterPT, facebooks, picasas, etc.

* mulheres incluídas!

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Culpa da «hom'idade»

Desde há muito tempo que a minha Vespa não gosta(va) de piscar. Muito mesmo. Ora era o pisca do lado esquerdo que parava, resolvia-se per si, passava o da direita a ficar com problemas, sem nunca ter conseguido perceber os porquês: quer da avaria quer da sua resolução espontânea.

Ultimamente era o pisca do lado direito. Menos mal, porque considero que, nas mudanças de direcção, o do lado esquerdo é mais importante, pela localização manete das mudanças, pelo facto de ter que atravessar outra faixa de rodagem ou encostar-me ao eixo da via, etc.

Fartei-me: tinha que resolver isto de uma vez por todas!

Já em tempos tinha desmontado o depósito para conseguir aceder aos contactos dos piscas (onde o perno dos balons encaixam). Naquela altura e por alguma razão, os fios tinham-se soltado. Ligados de novo, tudo ficou a funcionar, mas não por muito tempo. Poderia ter acontecido de novo...

Despistada esta hipotética origem do problema, desmontei o balom todo e ficou provada a culpa da humidade. Além de ter originado um óxido estranho e esbranquiçado, à volta do casquilho da lâmpada, o ponto de contacto do balom com a restante Vespa - aquele perno com mola que se situa mais ou menos a meio do balom - também estava meio ferrugento. Apesar de já o ter limpo N vezes... mais vale prevenir...

Limpa a lâmpada, limpo o perno, nada; nem uma piscadelazita. Ó diabooooo, a humidade não era a única culpada nesta ocorrência.

Com a ajuda do carregador de baterias lá descobri, com a ajuda do efeito visual de uma faísca de tamanho considerável, que também existia um mau contacto na parte de trás do casquilho da lâmpada. Umas cacetadas com uma chave de fendas e um martelo - a minha consciência diz-me que deveria ter posto um bocadinho de estanho - lá resolvi a coisa e, voilá, Vespa PX200 (quase) como nova: pisca em ambas as direcções!

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Museu Scooter & Lambretta

Em Fevereiro passado, recebo um telefonema de um grande amigo a falar-me de passagens de avião, baratas, baratíssimas, se queria aproveitar. O motivo, entre outros, ir visitar em Setembro a Casa Lambretta e o Museu de Scooter & Lambretta, em Rodano, Itália.

Acedi, claro: reunir bons amigos misturado com alguma cultura scooter, que programa perfeito!

Uma visita vale bem a pena, pelas scooters e, acreditem, há muitas que nunca viram ou que apenas conhecem dos livros da especialidade, recuperadas e ou em estado original, pelo norte de Itália que é magnifico, com lindíssimas paisagens - e belas ragazzas :) - e também pela simpatia de Vittorio Tessera, o anfitrião que nos recebe a todos de braços abertos.

Umas parcas fotos do museu que, espero, vos abra o apetite.





Geolocalização do museu, aqui.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

«usado como novo: Vespa usada»

Foi com este título que cheguei a esta Vespa, numa pesquisa, em nada relacionada com venda de Vespas, no Google.

Numa visita rápida ao link, pensando que era mais uma entre tantas outras vendas de Vespas a preços exorbitantes que por aí pululam, dou de caras com uma bela PX125 por "apenas" 750€!





Tendo em conta o estado geral que esta Vespa aparenta na foto, não estava a um mau preço. E tendo também em conta os preços "normais" do mercado e a recente aprovação da lei das 125 (e sendo esta PX uma 125 que todos os encartados da categoria A1 podem conduzir) e ter sido "encontrada" na net, era quase "um achado". Era... já foi vendida: ainda não foi desta que minha longa lista de amigos que querem uma Vespa ficou mais reduzida e consegui tornar um amigo mais feliz.

Prova que Elas continuam por aí. Basta procurar ou estar atento e, mais tarde ou mais cedo, tropeça-se em algo, quase sem querer...

quinta-feira, 23 de julho de 2009

S - U - R - R - E - A - L

Tinha recebido um telefonema de manhã a avisar que havia grande confusão de trânsito no percurso que levo todos os dias para Lisboa. Parece que havia alguns problemas com os pagamentos multibanco nas portagens da Ponte 25 de Abril. Bah, grande problema, de Vespa vou passando pelos automóveis que se perfilam uns atrás dos outros, com relativa facilidade.

Chegado à ponte, já após as portagens, havia uma operação da Brigada Fiscal que pura e simplesmente parava o trânsito a seu belo gosto, para deslocar viaturas das "garrafinhas" mais interiores, para junto da GNR. Isto, mais os problemas com os multibancos, gerava a confusão.

Estava parado, descansado da vida, a pensar que não valeria a pena fazer a transgressão do dia-a-dia à frente do Polícia, quando o trânsito lá arranca novamente ao sinal de avanço deste e a Vespa segue marcha. Acordo com um grito de "Alto!", seguido de apitadela furiosa... Olho para trás surpreendido; tenho que encostar, segundo gesto do Guarda Fiscal. Ó diabo, queres ver que me vão revistar a Vespa? Há histórias de terem revistado vespistas na fronteira de Espanha e que por acaso até estavam a fazer contrabando de alfinetes... Ok, mas isso foi no tempo do Salazar!

Ao grito de "Isto não pode andar na Ponte!" por parte do Guarda Fiscal para o seu homólogo GNR, percebi o que se passava; otário, por isso mesmo é que és Guarda Fiscal e não GNR, capiche? Está visto que tens os mesmos conhecimentos que um seixo do rio, redondinho e rijo como tu. Sorrindo para o GNR apenas perguntei se poderia seguir. Sorriso retribuído, pergunta-me se a Vespa era um motociclo, resposta, tem 200cm3, passo cá todos os dias, amanhã pode-me apanhar facilmente, mais ou menos à mesma hora, devolve-me um siga lá, benevolente e risonho...

Siga que tenho mais que fazer!



Nesta foto, bem poderia ter entrado o Sr. Guarda Fiscal que queria ser GNR... Daqui, só aproveitava o UMM que a jola, média, já devia estar choca e morta.

De portageiros já tinha recebido "piropos" parecidos e recusas de me deixar seguir sem presença de um Polícia que o autorizasse, mas de um elemento policial, nunca! Sei que a especialidade deste Sr. Guarda Fiscal não é ser Polícia de Trânsito, mas... então... meta-se no seu ofício!

Eu também não sei alcatroar estradas...

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Dilatação do tempo



Não é raro sentirmos que viajamos no tempo ao volante de uma vespa. Um capacete aberto, uma estrada de campo e uma vespa clássica são a receita mais simples de o fazer, mas confesso que até nas modernas PX consigo sentir-me no antigamente. Voltamos atrás, até ao tempo em que pouca gente tinha carro, o tempo em que a moda não era ter um diesel XPTO ou viver atolado em empréstimos. Não que se vivesse melhor, porque o dinheiro faltava à mesma, mas também não se vivia acima das possibilidades. E o que havia para levar a família até à cidade? Uma vespa, ou uma motorizada de baixo custo e manutenção, e servia para tudo. Levava a mulher, o filho, as couves, por vezes até o cão. Não que seja um belo exemplo de segurança rodoviária, mas uma prova de que cada um se safa com o que tem. Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, e um país outrora movido em duas rodas passa à finesse dos engarrafamentos. Quem passou pela história da motorizada com a família às costas foge delas a sete pés, e quem não passou sente o preconceito de outrora: Andar de mota é coisa para o povo... e ainda por cima é perigoso. Pois é, mas não impede tanta e tanta gente em países desenvolvidos (e com muito menos dias de sol do que o nosso) de optar por uma mota quando se trata de escolher o veículo de utilização diária. Mas não é para o discurso moralista que cá venho. É para um vídeo com algo para nos ensinar e que ainda por cima mete vespas ao barulho, mas a viagem no tempo é feita no sentido contrário, ou seja, viajamos para o futuro. Já estão baralhados? Então 'bora lá...

Trata-se de uma explicação do Carl Sagan sobre a deformação do tempo quando viajamos à velocidade da luz. Primeiro vamos à ciência, que surge exemplificada no vídeo de uma forma tão simples que até eu fui capaz de perceber. Ligando à teoria da relatividade, temos que:


onde
 \Delta t \, é o intervalo de tempo medido por um observador em movimento com velocidade v relativa ao observador estático.
 \Delta t' \, é o intervalo de tempo medido por um observador estático entre dois eventos ocorridos no mesmo local.
 v \, é diferença de velocidade entre os dois observadores
 c \, é a velocidade da luz
No vídeo, o rapaz da vespa arrancou à velocidade da luz (ainda há-de me dizer que kit é que pôs naquilo, porque a minha pouco passa dos 100km/h...) e deixou o irmão no largo da aldeia. Após uma volta que para ele foi de alguns minutos, regressa ao largo e encontra o irmão já de bengala, ainda à sua espera. Pela fórmula, e numa análise puramente matemática, percebemos que se a velocidade do rapaz na vespa era igual à velocidade da luz (ou próxima disso), então a variação de tempo para o irmão que ficou no largo resulta na divisão da variação do tempo do irmão da vespa pela raiz quadrada de 0 (1-1=0), que por sua vez é também igual a 0. Ora... qualquer coisa a dividir por zero irá tender para infinito, e o tempo para quem ficou parado passou de forma infinitamente mais rápida do que para quem estava em movimento. Claro que a velocidade da luz é algo inatingível, mesmo em termos teóricos, mas enfim... já sabem que, quanto maior a velocidade a que se deslocam, mais devagar o tempo passa para vocês. Não que isto sirva de desculpa para andar em excessos de velocidade, porque à nossa micro-escala de velocidades pouca diferença fará andar a 200 ou a 120... e sempre se poupa no ambiente, em consumos/desgaste da viatura, e sobretudo em multas!

Fui à wikipedia sacar as fórmulas, e apercebi-me que o artigo onde estas constam (http://en.wikipedia.org/wiki/Time_dilation) contém um erro: Na descrição das variáveis da fórmula por mim exposta trocaram o  \Delta t' \, pelo  \Delta t \, (poderá conter mais, mas confesso que não o li todo).

Agradeçam ao Zé Pedro pela dica, senão nem havia vídeo nem a ideia de o tentar explicar ;)

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Rotundas

Como as rotundas parecem um elemento em vias de expansão nas nossas estradas e como parece que há aí muita gente que AINDA não sabe circular nas mesmas, não é demais (re)lembrar algumas regras de circulação recomendadas.

Tendo em conta uma das muitas revisões do Código da Estrada, esta a de 23 de Fevereiro de 2005, relativamente à circulação em rotundas, os condutores devem adoptar o comportamento descrito em baixo.

O condutor que pretende tomar a primeira saída da rotunda deve: ocupar, dentro da rotunda, a via da direita, sinalizando antecipadamente quando pretende sair.

Se pretender tomar qualquer das outras saídas deve: ocupar, dentro da rotunda, a via de trânsito mais adequada em função da saída que vai utilizar (2ª saída = 2ª via; 3ª saída= 3ª via); aproximar-se progressivamente da via da direita;
Fazer sinal para a direita depois de passar a saída imediatamente anterior à que pretende uitilizar; mudar para a via de trânsito da direita antes da saída, sinalizando antecipadamente quando for sair.

Arranjamos três voluntários para circular numa rotunda, muito parecidos com um conhecido vespista da nossa praça (uma dica: testa LMLs em revistas da especialidade, de calções e chinelos, orgulhoso do seu físico pujante) que nos permitiram fazer esta ilustração, exclusivo aqui no Vespa & Companhia, para demonstrar como se deve circular correctamente nas rotundas.


Fig. 1 - como circular nas rotundas

Nunca é demais aprender e ou relembrar, quem já sabia, das boas regras que devemos ter sempre presentes. Mas, perguntam vocês mentes irrequietas, qual a multa para quem não cumprir?

Pois... nenhuma! É que aparentemente isto não é uma regra é um... conselho (!?!), uma boa prática... A ser cumprida, facilita a vida de todos, a não ser cumprida, dificulta-nos a todos menos a quem não cumpre, além de colocar em perigo quem cumpre, mas temos que nos contentar com isso.

E se por obra do acaso, não do desrespeito desta regras, ocorrer um sinistro, imaginem, a culpa será de quem circula como aconselhado pelo código da estrada e autoridades!

Curioso, não é?

Livrem-se de não aparecerem no 13º Iberovespa 2009 - Arganil!

quinta-feira, 19 de março de 2009

13º IberoVespa - Arganil

Mais uma edição do maior evento vespista nacional está já aí ao virar da esquina.

Desta feita o Vespa Clube de Lisboa muda-se, de armas e bagagens, para o centro do país, escolhendo o concelho de Arganil e as suas belas paisagens para receber a 13ª edição do IberoVespa. Podem contar com paisagens de cortar a respiração, passeios inesquecíveis e muita animação.

O evento ficará sediado no Parque de Campismo de Arganil, dando daí acesso aos passeios a zonas tão emblemáticas como Fraga da Pena, Mata da Margaraça ou Piodão.

Contamos com vocês para tornar, mais uma vez, o IberoVespa o maior evento vespista nacional e ibérico.

Mais informações no site oficial do Vespa Clube de Lisboa.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

O tilt eléctrico, resolvido

A falta de luz não me permitia circular com a segurança necessária na via pública e, se nalguns pormenores facilito e não deveria - pneus já mais carecas do que o desejável, bateria nas couves, pastilhas de travão frontal gastas - para a durabilidade e fiabilidade que quero da minha Vespa, neste caso era pior, pois poderia causar danos mais graves. Não só em mim ou na Vespa, mas nos demais.

Durante algumas semanas andei com a Vespa a perder as luzes indicadoras no guiador, a ficar sem piscas, ora um, depois o outro, a mandar flashadas com as luzes da frente... Pensava eu que era o efeito das chuvadas, da água em demasia que ia apanhando nos percursos do dia-a-dia. A Vespa estava a ressentir-se. Até que fiquei mesmo sem qualquer luz e o reles e rotineiro caminho diário, tornou-se num percurso tenebroso, feito após um dia de trabalho, mais uma vez, com muita chuva à mistura e já de noite.

Depois de ter experimentado tudo o que, achava eu, tinha lógica para tentar resolver este problema, com um misto do pouco que sabia, tive que me socorrer do Manel das Vespas. E, num instante o problema estava resolvido. Hip hip hurra para quem sabe!

Afinal o problema estava no rectificador. Afinal o problema estava profundamente enraizado na sucata que tenho na garagem. Eu explico...

Na pouca experiência que tenho de problemas em Vespas mais evoluídas, com mariquices como rectificadores, fusíveis e baterias e em que a fiabilidade é o prato do dia - longe vão os tempos e os anos dourados da 50S, pura e dura - mudei o rectificador, é certo. O problema é que mudei por um usado que estava ainda pior do que o primeiro. Resultado: o aproximar do dia seguinte e o pânico de não ter luzes na única Vespa que posso considerar para o meu dia-a-dia... Estão a ver...

As ligações do rectificador de origem.
No LML, com o rectificador na mesma posição, são exactamente as mesmas: preto, vermelho e branco, vermelho, azul e verde + branco.
A "caixinha verde" é o relé dos piscas...

Ao contrário do que afirmei no post anterior sobre o mesmo assunto, dificilmente o problema poderia ser do fusível. O fusível se fundido, corta a bateria e consequentemente ficaria sem arranque eléctrico e buzina, nunca sem luzes, nunca com lâmpadas fundidas acabadinhas de trocar, etc.

Sabendo vós que a Vespa, PX, direi, a última e única Vespa dos dias de hoje ou de um passado recentíssimo, acabou, temos o problema das peças. Temos, ponto e vírgula que a Piaggio continua a embalar peças a avulso, em lindos saquinhos de plástico - e acabaram com a PX, por ser poluente - com os seus logos, como peças de origem e de qualidade que deveriam ser. Mas não são! Com a agravante de serem sobre taxadas com as impressões dos saquinhos e da utilização glamorosa da marca Piaggio, seus logos e universo extinto de fiabilidade.

Como marcas e saquinhos com logos não fazem Vespas andarem novamente, nem atestam da qualidade das peças, nem têm dó nem piedade das nossas carteiras, aconselhado pelo Manel, fui à Originalvespa pedir um, pasmem-se os mais incrédulos, revoltem-se os mais puristas, rectificador de LML Star Deluxe!

Por cerca de metade do preço e provindos da mesma fábrica donde saem os (rectificadores) Piaggio, antes de ensacados nos saquinhos bonitos, fez-se a brincadeira e a minha Vespa ficou de novo sem problemas e com a luz que sempre a dotou; forte, viva e branca. Felicidade! O problema estava resolvido e poderia, no dia seguinte e como sempre desde há uns anos, ir trabalhar gloriosa e felizmente montado na minha Vespa.

Agora a parte mesquinha...

A PX 200 de origem, dizem as especificações, debitam 80 Watts. A minha estava de origem, por isso fazendo fé no que a Piaggio diz, debitaria, à saída do rectificador, os tais 80W. Nunca os tendo medido, creio, não andariam longe da verdade.

Como alguns saberão e outros desconhecerão, a PX Millenium - nome bonito para as PX "travão de disco" - traz de origem uma lâmpada H4 de 12 Volts, 35/35 W (médios, máximos) que, em conjunto com uma óptica inovadora, fez maravilhas em relação à iluminação das Vespas mais antigas; em vez da vulgar luz mortiça e amarelada, finalmente as Vespas eram dotadas de luz forte, branca e potente!

Muitos contentaram-se com isso. Era de facto uma maravilha. Para mim, foi. A partir de certa altura, quis mais e apesar de todas as recomendações contra, decidi experimentar as lâmpadas H4 de 12V mais vulgares: 55/65W.

Apesar de tudo ter funcionado sempre sem problemas, notava-se uma falta de capacidade eléctrica do sistema para alimentar este aumento de consumo que em máximos, atingia cerca de 30W mais do que os valores origem. Quando ligava os piscas, notava as restantes luzes fraquejarem ao ritmo com que as luzes amarelas, piscavam. Normal: 55W da lâmpada da frente, em médios, mais 0,5W da presença da frente (está sempre acesa), mais 5W da luz de presença traseira, mais 21W dos piscas (como piscam alternadamente, só podemos contar um de cada vez) dá a linda soma de 81,5W. Se estivesse numa subida e a travar ao mesmo tempo, adicionem a tudo isto outros 21W – 102,5W. Se tudo estivesse de origem, o resultado seria 82,5W.

Posso estar a dizer barbaridades, por isso alguém que saiba mais que me corrija o engano, se o houver.

Com este novo rectificador LML, são esperados 96W de potência eléctrica disponível! Superior ainda aos 90W que os manuais dizem debitar de origem, a Vespa mais potente em termos eléctricos: a PX 125 T5. E eu que andava atrás de um rectificador de T5... Estão a imaginar o sorriso na minha cara? Quase proporcional à intensidade superior das minhas luzes!

Com a minha insanidade é furiosa, tenho lâmpadas XPTO que apregoam mais 50% de intensidade luminosa com o mesmo consumo e potência. Fiz um teste... Parece-me ser mais intensa qualquer coisa a luz da lâmpada que a deveria ter, sim, mas a fiabilidade do processo é lamentável: Vespa acelerada até a luz ficar estável (hei o rectificador está lá para limitar a corrente sim, isto não é nenhuma 50S ou Sprint que quanto mais se acelera, mais luz dá) e vai de fotografar...

H4 55/65W "normal

H4 55/65W "50% plus"

A mim parece-me não só mais branca, como mais intensa. Dentro dos limites do método descrito, tirando a minha tendência tendenciosa em querer ter mais luz, mais branca, mais intensa, com mais alcance...

Mas ainda não estou satisfeito! O ser humano é insatisfeito. E os relatos épicos de uma PK com um rectificador de 120W, não me deixam consolado com o que tenho actualmente e têm-me tirado noites de sono: como é que pode andar alguém numa Vespa mais luminosa que a minha?!? Tenho que melhorar.

A história dessa PK é verídica mas a origem do rectificador em questão, desconhecida. Mesmo que fosse conhecida, os rectificadores de PK apenas têm três ligações contra as cinco de um rectificador de PX (ver imagem). Não me serviria de muito a não ser averiguar se na marca fariam rectificadores igualmente pujantes para PX ou semelhantes.

P.S. - se alguém discordar do que aqui disse ou achar que sou um perfeito idiota mas que me pode ajudar, mande mail ou comente...

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Pufff

A PX200 ficou sem luz STOP
Vim de Lisboa completamente "apagado" STOP
Um condutor dos TST avisou-me que vinha às escuras STOP
Espero que seja apenas do fusível STOP
As Vespas não gostam de água STOP