Chuva, não rima com espírito natalício
Há qualquer coisa de lobisomem no ser humano, quando chove. Sim, não é na lua cheia, mas quando chove e têm um veículo nas mãos. Ok, não se transformam em lobos a uivar à lua, mas noutra coisa qualquer por descobrir e com reacções mais perigosas que um uivozito de um animal, meio homem, meio bicho com laivos de coisa.
Não consigo relatar as figurinhas que vi serem feitas, na estrada, por ter caído uma carga de água descomunal (que, a propósito, apanhei e, estou para perceber como, não estou ensopadinho) e ter inundado certos troços de estada e estar a trovejar e estar trânsito e...
Pessoas aos berros, pessoas à pancada, murros, berros, gentinha a dificultar a minha passagem (em vou de Vespa, acabarei por passar, ali, acolá, mais metro, menos centímetro, capiche?), a dificultarem-se propositadamente uns aos outros, a apitar, a gesticular, a praguejar contra alguma coisa intangível que nem os próprios explicariam a quem se atrevesse tentar estabelecer um contacto civilizado.
No meio de tudo isto, os vulgares mirones ou orçamentistas, a travar no meio da estrada para observar a desgraça dos acidentes alheios e que provocam ainda a fúria de gente apressada, buzinadelas, máximos acessos. Ambulâncias, carros da polícia que teimam abrir caminho por onde não existe. Trovões. Chuva. Vento ciclónico em cima da ponte, rajadas que me fazem balançar entre as faixas de rede. Nova fúria de alguém que segue atrás, máximos, apitos. Encosto-me à direita. Passagem em aceleração errada, muito acima do aconselhável para as condições do tráfego, da estrada, do espírito geral.
Trânsito parado. Espero. Consigo ver que impossível passar no meio dos carros e dado o sentimento geral, temo forçar a passagem. Espero. Sinto a chuva a bater no capacete, o vento a enrolar a água pela viseira acima. Uma gota teimosa escorre-me pelo pescoço, solitária. Encharca-se o perú da ceia do natal que levo aos pés. Espero. Lá começa tudo a deslizar novamente, soluçando, deslizando. Avanço. Engreno a primeira, salta para segunda, terceira... quarta é arriscado. Rajada de vento.
Mais à frente, já depois da ponte, acabo por passar pelo (um dos muitos) condutor apressado. Aceno; (quanto mais não fosse) é Natal rapaziada e só está a chover, mais nada!
Não consigo relatar as figurinhas que vi serem feitas, na estrada, por ter caído uma carga de água descomunal (que, a propósito, apanhei e, estou para perceber como, não estou ensopadinho) e ter inundado certos troços de estada e estar a trovejar e estar trânsito e...
Pessoas aos berros, pessoas à pancada, murros, berros, gentinha a dificultar a minha passagem (em vou de Vespa, acabarei por passar, ali, acolá, mais metro, menos centímetro, capiche?), a dificultarem-se propositadamente uns aos outros, a apitar, a gesticular, a praguejar contra alguma coisa intangível que nem os próprios explicariam a quem se atrevesse tentar estabelecer um contacto civilizado.
No meio de tudo isto, os vulgares mirones ou orçamentistas, a travar no meio da estrada para observar a desgraça dos acidentes alheios e que provocam ainda a fúria de gente apressada, buzinadelas, máximos acessos. Ambulâncias, carros da polícia que teimam abrir caminho por onde não existe. Trovões. Chuva. Vento ciclónico em cima da ponte, rajadas que me fazem balançar entre as faixas de rede. Nova fúria de alguém que segue atrás, máximos, apitos. Encosto-me à direita. Passagem em aceleração errada, muito acima do aconselhável para as condições do tráfego, da estrada, do espírito geral.
Trânsito parado. Espero. Consigo ver que impossível passar no meio dos carros e dado o sentimento geral, temo forçar a passagem. Espero. Sinto a chuva a bater no capacete, o vento a enrolar a água pela viseira acima. Uma gota teimosa escorre-me pelo pescoço, solitária. Encharca-se o perú da ceia do natal que levo aos pés. Espero. Lá começa tudo a deslizar novamente, soluçando, deslizando. Avanço. Engreno a primeira, salta para segunda, terceira... quarta é arriscado. Rajada de vento.
Mais à frente, já depois da ponte, acabo por passar pelo (um dos muitos) condutor apressado. Aceno; (quanto mais não fosse) é Natal rapaziada e só está a chover, mais nada!
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