Será companhia?
Vespas são scooters clássicas. As melhores e mais giras e mais boas scooters que o mundo alguma vez viu. E este blogue chama-se Vespa & Companhia. E o que serão as companhias? Outras scooter clássicas? Outros veículos clássicos? Outros veículos de duas rodas?
De facto o nome quando foi criado era para ser ambiguo o suficiente para que a qualquer momento de devaneio ou alteração de rumo pudesse manter o nome sem grande dificuldade. A definição da companhia das Vespas neste blogue para mim é pouco importante mas nunca deixará de ser um blogue sobre Vespas primeiramente.
Tudo isto para introduzir um novo assunto, quiçá algo oportunista na ocasião em que surge mas não fui eu que mudei, foi a percepção do mundo em relação a esse assunto de que sempre fui grande apreciador e entusiasta "conformado": bicicletas.
Sim agora tudo é bicicletas, cena alternativa, hipsters, single e fixed gears, jantes largas e com cores vistosas, material retro caro, quadros vintage de aço e por aí fora. Há uns anos, alguns muitos anos, quando tive a minha primeira bicicleta de ciclismo, oferecida como prémio "por já ser grande" pelos meus ascendentes, uma Confersil que ainda mora comigo, fui olhado de lado pelos outros putos. Tive que lhes mostrar, muitas vezes que os passeios que eram suposto serem apenas em estrada e derivavam, não sei se por "maldade", se pela incúria energica dos jovens tempos, para a quinta e os estradões de terra, saltos e demais artimanhas, não eram impossíveis à Confersil que saltava, descia e vencia todos os obstáculos quase com a mesma facilidade que as ainda mais vintage, hoje em dia, BMX.
Depois vieram as BTT e aí já muito mais predisposição para o asfalto e maiores velocidades, com o surgir de mudanças que me equiparavam a mais um. Mas não, os meus pneus fininhos - tamanho 18 precisamente - davam abadas e vulgarmente acabavamos por derivar novamente para o mato. Cheguei a tentar apanhar autocarros e fazer subidas praticamente impossíveis na mudança mais pesada - e consegui! - que me valeram também correntes partidas. Apostas parvas mas que faziam parte.
Vim a descobrir uns anos mais tarde que os tratos daqueles tempos, além de cuidarem muito bem das jantes e dos pneus - que também sofriam com as longas derrapagens feitas no asfalto quente das tardes de verão na rua - tiveram também o seu efeito nefasto no quadro: acabou por rachar na zona da pedaleira e desde então tem estado à espera de soldadura que não acontece por todo um mundo de motivos e afazeres que sempre se impõem, infelizmente, às paixões secundárias.
Mas vou parar por aqui. não pretendo fazer disto um post auto-biográfico. Fui mais um puto no meio de outros tantos em que as bicicletas foram o meio de locamoção e muitas aventuras. E sempre que posso, apesar de viver nos arredores dormitórios de Lisboa, lá vou fazer o gosto às pernas, pulmões e, incrivelmente sempre que me sento no selim e giro as pernas, o sentimento de liberdade juvenil, despreocupada, isoladora do mundo rotineira, volta invariávelmente.
E hoje foi um desses dias.
Tinha que ir às compras. E tinha a Vespa na reserva. Ao fim de semana todos sabemos que as bombas são agradáveis locais de romaria de pessoas com mais ou menos idade, sem pressa e com vontade de derreter o fim de semana pachorrenta e calmamente à espera que a sua lenta e calma vez de abastecer chegue. Portanto, hipótese descartada.
Olhei para o UMM... Mas também não era aquilo que me estava... Hoje não, desculpa UMM, está bom tempo, fresco, o ar respirável de lavado pela chuva de ontem.
Também não foi dificil escolher qual levava. A Batavus obrigava-me a uma posição mais desportiva que não era o que me apetecia mais e também tinha sido a utilizada na ultima voltinha, acabei por me inclinar para a Doniselli, com guiador mais "tipo pasteleira" permitindo a posição mais vertical que me apetecia. E lá fui.
Depois há aquele pedaço de "estrada rural" que contorna o Centro de Estágios do Benfica, sempre encostada à baía e de onde se podem ver, ainda no acesso, a Quinta da Trindade, e já neste caminho, os Moinhos de Maré Novo e Velho dos Paulistas. Um da C. M. Seixal e a cair aos bocados, o outro à venda numa qualquer imobiliária por 750 000€.
De facto o nome quando foi criado era para ser ambiguo o suficiente para que a qualquer momento de devaneio ou alteração de rumo pudesse manter o nome sem grande dificuldade. A definição da companhia das Vespas neste blogue para mim é pouco importante mas nunca deixará de ser um blogue sobre Vespas primeiramente.
Tudo isto para introduzir um novo assunto, quiçá algo oportunista na ocasião em que surge mas não fui eu que mudei, foi a percepção do mundo em relação a esse assunto de que sempre fui grande apreciador e entusiasta "conformado": bicicletas.
Sim agora tudo é bicicletas, cena alternativa, hipsters, single e fixed gears, jantes largas e com cores vistosas, material retro caro, quadros vintage de aço e por aí fora. Há uns anos, alguns muitos anos, quando tive a minha primeira bicicleta de ciclismo, oferecida como prémio "por já ser grande" pelos meus ascendentes, uma Confersil que ainda mora comigo, fui olhado de lado pelos outros putos. Tive que lhes mostrar, muitas vezes que os passeios que eram suposto serem apenas em estrada e derivavam, não sei se por "maldade", se pela incúria energica dos jovens tempos, para a quinta e os estradões de terra, saltos e demais artimanhas, não eram impossíveis à Confersil que saltava, descia e vencia todos os obstáculos quase com a mesma facilidade que as ainda mais vintage, hoje em dia, BMX.
Depois vieram as BTT e aí já muito mais predisposição para o asfalto e maiores velocidades, com o surgir de mudanças que me equiparavam a mais um. Mas não, os meus pneus fininhos - tamanho 18 precisamente - davam abadas e vulgarmente acabavamos por derivar novamente para o mato. Cheguei a tentar apanhar autocarros e fazer subidas praticamente impossíveis na mudança mais pesada - e consegui! - que me valeram também correntes partidas. Apostas parvas mas que faziam parte.
Vim a descobrir uns anos mais tarde que os tratos daqueles tempos, além de cuidarem muito bem das jantes e dos pneus - que também sofriam com as longas derrapagens feitas no asfalto quente das tardes de verão na rua - tiveram também o seu efeito nefasto no quadro: acabou por rachar na zona da pedaleira e desde então tem estado à espera de soldadura que não acontece por todo um mundo de motivos e afazeres que sempre se impõem, infelizmente, às paixões secundárias.
Mas vou parar por aqui. não pretendo fazer disto um post auto-biográfico. Fui mais um puto no meio de outros tantos em que as bicicletas foram o meio de locamoção e muitas aventuras. E sempre que posso, apesar de viver nos arredores dormitórios de Lisboa, lá vou fazer o gosto às pernas, pulmões e, incrivelmente sempre que me sento no selim e giro as pernas, o sentimento de liberdade juvenil, despreocupada, isoladora do mundo rotineira, volta invariávelmente.
E hoje foi um desses dias.
Tinha que ir às compras. E tinha a Vespa na reserva. Ao fim de semana todos sabemos que as bombas são agradáveis locais de romaria de pessoas com mais ou menos idade, sem pressa e com vontade de derreter o fim de semana pachorrenta e calmamente à espera que a sua lenta e calma vez de abastecer chegue. Portanto, hipótese descartada.
Olhei para o UMM... Mas também não era aquilo que me estava... Hoje não, desculpa UMM, está bom tempo, fresco, o ar respirável de lavado pela chuva de ontem.
Também não foi dificil escolher qual levava. A Batavus obrigava-me a uma posição mais desportiva que não era o que me apetecia mais e também tinha sido a utilizada na ultima voltinha, acabei por me inclinar para a Doniselli, com guiador mais "tipo pasteleira" permitindo a posição mais vertical que me apetecia. E lá fui.
Ponte da Fraternidade, Seixal
Aqui os cerca de 300 metros de ciclovia sem ligação que foram oportunamente inaugurados antes da eleições autarquicas de Setembro passado.
Corroios da minha meninice continua semelhante. O "velho das bicicletas" onde tantas vezes fui comprar material que hoje sei seria chinês pela baixa qualidade mas também, mais importante naqueles dias, mais barato, agora é uma churrasqueira. A Casa Motex continua no mesmo sítio, não sei se igual, mas era mais cara que o "velho".Aqui os cerca de 300 metros de ciclovia sem ligação que foram oportunamente inaugurados antes da eleições autarquicas de Setembro passado.
Quinta da Trindade, Seixal
"Foi parar" às mãos da Câmara Municipal do Seixal, na década de 80, depois de aprovado um projecto urbanístico para os terrenos da quinta. Safou-se a casa principal, imóvel de interesse público devido aos azuleijos que encerra. Encontra-se neste estado de abandono e degradação.
Os terrenos que não tinham sido alvo de construção e tinham ficado na posse da C. M. Seixal foram alienados a empreiteiros e "acimentados" com novas construções. Foi também celebrado um protocolo para a construção do centro de estágios do Benfica entre a câmara e o S. L. B.
O Bloco de Esquerda tem razão, o património merece mais, muito mais!
http://pt.wikipedia.org/wiki/Quinta_da_Trindade
O caminho é feito maioritariuamente por estrada normal. Uns troços nisconexos de ciclovia que de certeza custaram milhares e estão já em mau estado e praticamente sem utilizadores. No meu tempo não era nada assim, nem a estrada nacional, agora "aceirada" pelo estreitamente devido ao metro de superície que no Concelho do Seixal só faz Laranjeiro - Corroios (oficinas / garagem)."Foi parar" às mãos da Câmara Municipal do Seixal, na década de 80, depois de aprovado um projecto urbanístico para os terrenos da quinta. Safou-se a casa principal, imóvel de interesse público devido aos azuleijos que encerra. Encontra-se neste estado de abandono e degradação.
Os terrenos que não tinham sido alvo de construção e tinham ficado na posse da C. M. Seixal foram alienados a empreiteiros e "acimentados" com novas construções. Foi também celebrado um protocolo para a construção do centro de estágios do Benfica entre a câmara e o S. L. B.
O Bloco de Esquerda tem razão, o património merece mais, muito mais!
http://pt.wikipedia.org/wiki/Quinta_da_Trindade
Moinho Novo dos Paulistas, Seixal
Foi adquirido na décado de 80 pela C. M. Seixal, tal como o Moinho de Maré de Corroios - este recuperado - e que se encontra também em degradação avançada, já com pequenas derrocadas e queda da cobertura, em certos pontos.
Pergunto-me o porquê comprar património se depois não se faz nada com ele. Cair por cair, ser destruído e saqueado, mais valia ser de privado,s empre tinhamos o "conforto" de saber que não podíamos fazer nada. Assim...
No regresso tenho que passar pela Baía do Seixal. Para mim este lençol de água ou de lodo, depende do estado da maré, tem um encanto. Não sei explicar, mas adoro o local, independentemente da margem: Seixal, Amora, Corroios, Pota do Corvos.Foi adquirido na décado de 80 pela C. M. Seixal, tal como o Moinho de Maré de Corroios - este recuperado - e que se encontra também em degradação avançada, já com pequenas derrocadas e queda da cobertura, em certos pontos.
Pergunto-me o porquê comprar património se depois não se faz nada com ele. Cair por cair, ser destruído e saqueado, mais valia ser de privado,s empre tinhamos o "conforto" de saber que não podíamos fazer nada. Assim...
Depois há aquele pedaço de "estrada rural" que contorna o Centro de Estágios do Benfica, sempre encostada à baía e de onde se podem ver, ainda no acesso, a Quinta da Trindade, e já neste caminho, os Moinhos de Maré Novo e Velho dos Paulistas. Um da C. M. Seixal e a cair aos bocados, o outro à venda numa qualquer imobiliária por 750 000€.
Tuga style! :)
E regresso a casa, cheio de ar nos pulmões, felicidade, limpo - que ontem choveu e o caminho tinha poças e lama - e arrumo a Doniselli, tiro as molas das calças e volto ao trabalho que ainda tenho muito que fazer. Mas muito mais feliz e com muito mais vontade.
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